31 de maio de 2011

...






Escrever me dá a oportunidade de ser outra, que nenhuma outra circunstância daria. Quando escrevo de fato me desnudo. Quem me lê me vê além do que me mostro através de quaisquer outros olhares. Nas linhas que escrevo, vou me desenhando e ponho mais de mim que talvez devesse ou pudesse supor ser capaz. Me enamoro por mim, me desencanto, volto a querer-me. E me certifico quão feita de palavras eu sou. Feita dos sentires que as palavras trazem consigo. E é só assim que sei ser mais eu. Que sei ser bem quista. É na escrita que sei ser mais doce e não menos amarga. Que sei chegar junto e sei me ausentar. Escolho as palavras pra serem eu, para serem minhas, para serem dos outros. E nada melhor que minha escrita pra chegar até mim... Bem aqui, onde me recolho por vezes.

Lai Paiva


(Tarsila do Amaral)



Dispo-me
Pois que são de palavras
As roupas que me vestem

Leio-me

As letras que me compõem

Os versos que me edificam

Leiam-me

Um corpo nu e escrito

Nas linhas que seus olhares

Leem nos cantos meus...


Lai Paiva


30 de maio de 2011





Deitou pra dormir sozinha, acordou em boa companhia. Na companhia de alguém que nem sabia que era. Na companhia de si mesma. Alguém que era ela mesma, mas que não sabia sê-la. Alguém com tantos quereres adormecidos, tantas alegrias roubadas e tantos prazeres podados. Sim, ela agora sabia quem era. Sabia ser quem era. Sabia sentir seus melhores sentires. Sabia viver os instantes, ao invés de contá-los passar. Aquela moça estava de fato feliz. De uma felicidade cheirosa e enfeitada. Que buscou lá dentro de si, onde mal sabia poder chegar. E feliz de quem vê-la passar por aí, desfilando seu jeito de ser. Toda prosa e poesia. Toda ela.




Lai Paiva

26 de maio de 2011

Presente sem namorado


Passava das dezoito horas, muitas pessoas passavam por si. Pessoas apressadas e misturadas. Luma estava sozinha, como de costume. Decidira jantar naquele centro de compras por ser onde encontra as mais diversas opções de saladas, algo que lhe é extremamente atrativo. Decidiu-se ir sem atentar para aquela data em especial. Data em que os lojistas brindam seu maior êxito em termos de lucro. É doze de junho. É dia dos namorados. As vitrines emolduram as paixões. As pessoas compram demonstrações de afeto. As sacolas são pequenas para tantas boas intenções.

Embora o barulho a incomodasse um pouco, Luma experimentava de certa admiração por aqueles momentos, por aquelas pessoas. Era como se pudesse ouvir seus sentimentos, suas expectativas em surpreender o sujeito enamorado. Era como se ela pudesse ouvir aquelas declarações de amor presenteáveis. E sentir as reações estampadas nos rostos de todos eles.

Ela de repente se percebeu compartilhando em segredo do que representava aquela data, meramente comercial, para cada um que ali estava.

E imaginou as reações, as surpresas, as trocas, os agradecimentos. Imaginou as declarações de amor silenciadas nos olhares.

Por alguns instantes quis sentir os beijos que sabia que seriam dados. Quis sentir os abraços que sabia, seriam ousados. Quis sentir o momento exato em que os desejos se encontrariam. E que seriam consumados.

Caminhou horas até, enfim, sentar-se à mesa vazia num canto da praça de alimentação para degustar sua salada de camarões, molho de laranja com mel, tomate seco, folhas mistas e mussarela de búfala.

Não satisfeita, ela, num sobressalto, caminhou até uma dessas lojas que vendem bichos de pelúcia, e que numa data como essa, se abastece dos mais variados e pertinentes mimos, e comprou para si um enorme coração felpudo, com um enorme “eu te amo” bordado no centro. Pediu que embrulhasse para presente.

Em seguida, passou em frente a uma loja de roupas femininas. Passeou seu olhar pela vitrine, de um lado a outro. De cima a baixo. Entrou. Provou um vestido preto, justo, sensual, desses que lhe mostra as curvas sutilmente, de forma a se querer ver mais.

Agradou-se também de um belo par de sandálias azuis. De um azul assim, da cor que atrai olhares. Mais uma vez, pediu que embrulhasse para presente. Compro-os.

Temendo estourar o cartão de crédito, deixou o centro de compras e seguiu para casa. Para a sua casa só sua.

De frente a si em seu quarto, olhou-se bem em seus olhos, riu com desdém do doze de junho e se pôs a desembrulhar aqueles presentes amáveis, presentes do tal namorado, que a data pedia pra ter, que Luma não tinha para si.

Lai Paiva

À noite, eu...






À noite me visto de estrelas
Me cubro de gestos sutis
Perfumo minha alma de flores
Me visto com a liberdade de ser
Molho meus lábios de afeto
Visto a maior euforia
E me enfeito de todo o desejo
Que guardo à noite pra ti...

Lai Paiva

24 de maio de 2011

Eu...

(Frida Kalho)


De papel e letras
De sílabas e linhas
De um sentir descrito
De um texto corrido
De palavras nuas
De composição crua
De apenas um tom
De frases ousadas
De uma leitura exacerbada
De uns pingos nos is
De vírgulas e pontos
De exclamações
De algumas pausas
De outras reticências
De tantas interrogações
De versos tristes
De versos quentes
De versos livres
De tudo e nada
De um pouco mais
De tantas e tantos
De você que me lê
De mim que escrevo
Decerto, sou eu
Bem assim...

Lai Paiva




22 de maio de 2011

Uns beijos de café com leite


Havia de ser comum aquela noite do mês de maio. Geralmente era com o mês de junho que vinham as noites incomuns para aquela moça. Não sabia ao certo por qual motivo. Seria talvez mera coincidência, ou não. Ou seriam as surpresas do mês de junho ou seria o mês de junho das surpresas. Ou aquela moça fantasiava com tamanha veracidade, que de fato vivia aquelas surpresas que surgiam com o anoitecer.

Luíza era seu nome. O nome que chamava de seu. E ela era tão dela, como eram as estrelas daquelas noites pelas quais ansiava.

Naquela noite, Luíza, como de costume, anoiteceu. Vestiu-se e perfumou-se. Enfeitou-se sem ao certo saber para quê.

Maio nunca antes havia lhe reservado nada em especial, pois que ela se recordaria. Trinta eram os dias. E nenhuma surpresa lhe trazia. Até aquela noite...

Até encontrar-se com aquele moço de charme imensurável, e de nome Antônio.

Ele lhe falava alegremente. Ela lhe ouvia como quem ouve canções. Riram juntos, tomados de um humor exacerbado que o álcool proporciona.

Olharam pra si de modo que mal puderam manter seus lábios distantes. Sucumbiram àquele desejo comum. Beijaram-se de súbito. Sem notar as horas passando e a noite indo embora.

Passaram horas bebendo seus beijos.

Antônio tinha sabor de café com leite. Embora o álcool que os inebriara ainda estivesse ali, era de café o sabor que ele tinha. E era este o sabor que mais convidava Luíza a provar.

Os lábios, a língua, a saliva. O cheiro e o toque. As mãos que sentiu em si. Antônio estava bem ali, e Luíza o queria seu.

Beijou-o como se fosse em junho. Sentiu como sente uma surpresa. Gostou como de nenhuma noite passada.

Ainda estava lá e já o queria mais.

O sol ameaçava surgir acima dos dois. Sabiam que tinham que ir. Sabiam que o desejo ficaria um pouco mais.

Não sabiam quantas noites mais seriam suas, se seriam. Mas não se despediram daqueles instantes como se fossem os únicos.

Luíza queria mais, pois era bem certo que aquele sabor de Antônio seduzira o seu paladar e já a deixara ávida por tornar a senti-lo...

Lai Paiva


19 de maio de 2011

Amiga querida, amiga Milinha






Amiga de tão poucos meses
Meses poucos que parecem anos
Amiga forte
De uma força incrível
Uma grande amiga
De simplicidade rara
Me põe tão alegre
Em momentos tristes
Me fala as verdades
Que preciso ouvir
Como só se faz
Quando se é amiga
Uma amiga linda
Que está sempre aqui
Nos meus versos livres
E em meu coração...

Lai Paiva

17 de maio de 2011

Amiga de todo o sempre, Cris





De longo tempo data a amizade
Num curto espaço se fez pra sempre
Minha doce Cris, amiga minha
De olhar tão forte e abraço terno
De palavras certas e alegria dela
Admirei num breve instante
Aquela forma de ser tão ela
De inteligência apreciável
De uma bondade tão sem medida
Guarda em si as qualidades
Da melhor amiga
Que a amizade dá
Ama com verdade
Sente com eloquência
Vive sem rodeios
Presenteia quem se aproxima
Com a grandeza de ser assim
O sorriso de cada um
Que com ela passa uns instantes.

Amo você minha amiga de sempre.

Lai Paiva




16 de maio de 2011

Desordem








Confundo esses com aqueles
Venho pra cá ao invés de ir pra lá
Bebo o que deveria comer
Como o que deveria guardar
Durmo quando o sol ainda brilha
Enlouqueço o que me resta de sã
Escrevo palavras sem letras
Canto canções em silêncio
Caminho sem mover os meus músculos
Choro sem molhar os meus olhos
Alegro-me ao sentir-me tristonha
Entristeço-me só pra provar que estou viva
Pois que o viver nada mais é que a mais pura verdade
Que as contradições põem às vistas e aos sentires...

Lai Paiva

15 de maio de 2011

Quando a paixão senta à mesa


Há alguns anos, não sei bem quantos, numa noite de um sábado qualquer, vesti um belo vestido preto, de listras finas e corte sensual, pus um par de sandálias altas, de modo que minhas pernas mostravam-se nuas e atraentes. Cobri o meu colo com um perfume marcante, desses que roubam pra si qualquer olfato alheio, e saí pra jantar. Naquela noite eu tinha um encontro marcado comigo mesma. Um jantar, um momento meu, umas horas pra gastar comigo. E eu havia me enfeitado com capricho para tal.

Com um charme que reservei para aquela noite, sentei-me à mesa. Dispensei a entrada. Fui direto ao prato principal. Para beber, vinho tinto. Para comer, frutos do mar. Tocava os talheres como se os acariciasse. Bebia na taça como se a beijasse.

Estava me entregando àquele momento, e ele a mim. E senti prazer por vivê-lo.

Uma música suave tocava ao fundo. Olhei em volta a fim de saber de onde vinha a melodia. Voltei meu olhar em torno do moço moreno, como uma xícara de café com leite, bem vestido, barba por fazer, de gestos suaves e precisos, que tocava aquele piano como devia um homem tocar uma mulher. Intensamente, produzindo os mais admiráveis sons.

Ele fechava seus olhos de modo que os meus logo os queriam chamar de volta. Queria encontrar seus olhares por toda a canção. Eles, às vezes, se perdiam dos meus. Mas sabia ser em nome da emoção que sentia ali. Então eu me contentava.

As mesas em volta de mim iam pouco a pouco se esvaziando. As horas iam passando. Aquele piano continuava lá. Aquele moço continuava lindo. E eu continuava a ouvi-lo.

De repente, pois que pareceu um piscar de olhos, a melodia findou-se. E poucas vozes tomaram conta do silêncio.

Eu, que só o ouvia, me tornara alheia a qualquer outro som daquele lugar. Naquela noite.

Era pra ser só meu aquele momento. Quisera ter sido. Antes de vê-lo. Antes de ouvi-lo.

Mais que a ele, eu vi a paixão. E a ouvi tocar para mim. Embalar meu desejo em ser dele naquela mesma noite. Cada pedaço à mostra ou escondido de mim.

E quão insana me põe a paixão. Pude senti-lo bem ali, ao meu lado. Joelhos próximos aos meus. Perfume me inebriando. Desejo me entorpecendo.

Fechei os meus olhos, como o vira fazer, e pude sentir aquela sua presença tão forte, como se sentasse à mesa comigo. E ele bebia a mim, como ao líquido seco e intenso. Comendo-me como ao prato mais sofisticado que sua língua provara.

Sim, aquele moreno tão belo havia me tomado pra ele. Aquela paixão instantânea havia de ser para ele, ainda que ele jamais viesse a sabê-la sua.

Ouvi lhe chamarem Nicholas. Ouvi me apresentar para ele em segredo. Muito prazer, me chamo Luna. E senti-lhe beijar o meu rosto num cumprimento educado.

Mal sabia o quanto ansiava por um cumprimento a mais. Mal sabia o quanto eu queria apresentar-lhe meu corpo e os meus sons.

E por fim, a madrugada levou-me pra casa. Sozinha. E apaixonada...


Lai Paiva

14 de maio de 2011

Talvez



(Chagall)




O amor talvez seja essa coisa que eu bem sei
Talvez sejam essas flores do meu jardim
E quiçá o sentir que meus versos constroem
O amor tantas vezes fala pra mim
Sua voz é tão doce e suave e serena
E me beija em palavras que amo sentir
Ah, o querer desses olhos bem quistos
Quanta alegria quando sinto ser meu
Esse amor que essas linhas escondem das horas
Meu segredo sentido e vivido aqui
Bem dentro de nós e talvez para sempre...


Lai Paiva

11 de maio de 2011

Constatação...



(Rene Magritt)

Engano
Ouvir as suas mentiras
Como se fossem verdades
Que acariciam meus tímpanos
Tolice
Gostar de gostar de você
Como se bem merecesse
Triste
Nutrir esperanças pra nós
Como se ainda fosse benéfico
Contraditório
Sentir tamanha saudade
Quando preciso da sua distância
Cruel
Ouvir "eu te amo" da boca
Que traiu os meus lábios leais
Inevitável
Não sentir um gosto de fel
Ao lembrar de um passado tão próximo
Lamentável
Ter que ir embora
Quando tanto queria ficar
Impossível
Dormir num abraço
Que acolheu tantos outros
Foda
Amar tanto uma presença
Que já não é meu presente
Mas ainda vive em mim...

Lai Paiva






10 de maio de 2011

Aquela que não mais se via


Além daquelas montanhas esverdeadas, num casebre à beira do rio, por entre o silêncio daquele lugar, vivia Laís. A moça dos olhos ressentidos. Do olhar distante. Dos passos curtos e sem destino. Passos que não sabiam aonde chegar.

Colhia frutos, plantava flores, banhava-se no rio, vestia-se da serenidade daquele lugar. Saía e voltava sem pressa nem horário marcado.

As horas não lhe pertenciam.

Laís fugira dos sentimentos alheios. De paixões que lhe desconcertavam. De amores que lhe roubavam. De desejos que lhe venciam.

Escolhera ser aquele o seu lugar, fora das lembranças dos que ficaram pra trás. Longe era onde se encontrava segura. Protegida de desilusões. E dos sentidos que não eram seus.

Sim, fugira, sem se despedir. Pois que nas despedidas deixaria um pouco de si, sabia, e queria partir inteira.

Naquelas montanhas, bem no alto, plantou o que lhe restava de esperanças.

Esperanças de tornar a ver seus olhos livres. E seu corpo suave como pluma. Cheiroso como a chuva. Vivo como as borboletas.

E talvez pudesse voar. Com a liberdade que seu sentir lhe tomara.

E talvez ela sorrisse de novo. Como já tanto fizera, antes de ser quem é.

Lai Paiva

Maio/2011

8 de maio de 2011

Minha amiga tão linda e querida, minha Tati = )





Mais que amiga, a irmã que escolhi.
De uma alma tão pura. E lealdade tão dela.
Linda como as estrelas.
De brilho próprio
E grandeza incomuns.
Contei-lhe os segredos mais íntimos
Os quais ela guarda pra ela
Como quem guarda a chave de si
Tantos sorrisos já demos
E tantas vezes choramos
Em momentos felizes
E em outros nem tanto
Brindamos as nossas conquistas
Crescemos sempre juntas
Mesmo quando distantes
Amo-a como só amam as amigas sinceras
E bem sei que também sou amada
Guardo-a nas minhas lembranças
No meu coração
Ao lado da minha presença
Nos separamos por vezes
E por vezes juramos encontros
Uma vez quase a perdi para sempre
Nunca mais quero que a vida a leve
Pois minha vida é melhor por eu tê-la
Minha amiga leal e escudeira
Minha linda amiga querida
Que eu tanto e pra sempre hei de amar
E ainda é tão pouco o para sempre...

Lai Paiva


5 de maio de 2011

...



Quis te querer para sempre
E pra sempre querer ser só tua
Meu querer foi maior que devia
Devia ter me guardado de ti
Protegido meus beijos sinceros
E o amor que pra ti renascia
Cada vez que novo dia surgia
Através dos meus olhos tão teus...

Lai Paiva

4 de maio de 2011

Eu



Sou bem assim
Palavras livres
Sentir inteiro
Sem meias verdades
Com muito querer
De muitos sonhos
E pouca medida
Mostro o que sou
Sou o que vivo
Às vezes me odeio
Outras, me amo
Mas não, nunca mais
Me separo de mim...

Lai Paiva



3 de maio de 2011

...


Injustas são as horas que passam urgentemente por aquela moça. Não a esperam. Sequer olham pra trás. As horas passam e levam consigo a vida que ela queria pra si. Um lar, uma filha, um companheiro. Não qualquer um. Mas aquele moço à quem tanto amou logo que posou seus olhos nele. Aquele moço com quem passara a sonhar seus melhores sonhos. Sim, ela o amou desde a primeira vez. Sim, ela o amará para sempre. Mas as horas, essas horas, já não são mais deles. A moça está bem aqui. Nessas linhas tristes. O moço, talvez em outras igualmente tristes. Não se sabe ao certo. O amor, ah o amor, está bem alí, no íntimo de cada um. E este mesmo amor, estas mesmas horas, este mesmo moço, esta mesma moça, eles mesmos os separam de si. Quão injusta é a vida de cada um. E as horas que não os unem mais... Ai de quem ama tanto assim... Porque hão de morrer de amor...


Lai Paiva

...



Havia certa melancolia naquelas manhãs chuvosas. A moça pousava os braços na janela, de modo que sentia aquela melancolia molhar-lhe e ficava assim por longo tempo. Pelo tempo que durava aquele momento de solidão. Sim, os seus momentos solitários chegavam e partiam como encontros marcados. E ela os recebia e se despedia apenas com o barulho que a chuva emanava através da janela. Ela cumprimentava a solidão com sua serenidade. E havia muita intimidade alí. Pois que nada além daquele instante lhe causava tamanha comoção. Um misto de prazer e agonia. Desespero e alívio. Estar só era melhor que estar mal acompanhada. Doía, mas sabia voltar quando partia. Sim, a solidão a levava pra bem longe dela... Mas ela sempre acabava voltando.




Lai Paiva

2 de maio de 2011

Sinto falta...




(Toulouse Lautrec)



Faz-me falta o bem querer
Ser bem quista e acarinhada
Bem cuidada e enamorada
Acompanhada, excitada
Faz-me falta dividir meu riso
Declarar meus versos
Beijar meus beijos
Me sentir amada
Faz-me falta o amor só meu...


Lai Paiva



1 de maio de 2011

Nua




(Camila do Rosário)


E de repente
Me olho assim
Completamente nua
Nua de esperanças
Pois que roubaram-nas
Como se arrancam as roupas
Quando se quer despir com urgência...

Lai Paiva