28 de dezembro de 2014

Um início para um final de ano


Sempre que um ano anuncia o seu final as pessoas tendem a refletir sobre o que fizeram e o que deixaram de fazer, de tudo aquilo que estabeleceram como meta ou, simplesmente, tiverem vontade ou necessidade de fazer e não o fizeram. Comigo não poderia ser diferente. Especialmente comigo. Mas também pude ver nos olhares perdidos de algumas pessoas ou ouvir claramente nos seus momentos silenciosos que não fui a única a não cumprir, a não realizar, a não executar meus planos, meus desejos, meus sonhos. Acontece. Como também deixa de acontecer, certas vezes. Viver é isso. Fazer e se abster. Bom, mas ao final desses dias, desses meses, desse ano inteirinho de oportunidades que tivemos e que nos foram podadas, não há de haver lamentações. Elas não serão transformadas em realizações. Não mesmo. Lamentar é sofrer tudo de novo, já li em algum em alguma rede social. Se alguma coisa ficou na gaveta, no papel, na memória, já era, por hora. Agora é planejar melhor. Realizar nos próximos meses, no próximo ano, que está pertinho de onde guardamos nossas esperanças. Acreditar sempre! Não é assim que se começa algo?! Então eu desejo que este finalzinho de ano nos possibilite armazenar as nossas frustrações num lugar onde a gente não volte pra visitar. Que a gente possa acreditar mais na gente e menos em qualquer pessoa que nos minta como quem diz verdades doces. Que a gente possa reconhecer à distância os males disfarçados de coisas boas e as pessoas que nos olham sem nos enxergar. Que nossos talentos sejam enaltecidos e que possamos ter oportunidades maiores e melhores para explicitá-los. Que o amor nos faça acreditar nas relações amorosas. Que não nos falte saúde, mesmo que tudo pareça perdido. Que Deus nos faca senti-lo exatamente como ele é: grande e presente. Que haja mais respeito entre todos, sem que uns e outros se achem melhores ou piores por um ou outro detalhe de cor, religião, orientação sexual, nível intelectual ou poder aquisitivo. Cada um sabe de si, ninguém precisa de aprovações ou acusações. Que isso fique cada vez mais claro. Somos do tamanho que nos damos. Da importância que nos julgamos. Que o ano novo nos livre das tristezas deste ano que nos acena. Que a gente possa ter aprendido para não cometer os mesmos erros. Que possamos manter perto da gente apenas quem mereça nosso valor e nossa dedicação. Que entendamos, todos, que não estamos fadados à ser infelizes nem a morrer um pouco a cada dia, pois, enquanto o sol nascer para a gente, haverá uma nova chance de tentar de novo e de novo e de novo, até a gente acertar e fazer valer a pena cada momento. E que venham muitos momentos! Que estejamos preparados para todos. Coragem para todos nós frente aos nossos medos. Somos maiores que eles, certamente! Beijo, beijo, beijo!

Um Feliz Ano Novo para todos nós! Especialmente para cada um de nós!

Amém!

Lai Paiva

6 de novembro de 2014

Vou morrer de saudade?


Todo o mundo sentiu, sente ou sentirá saudade de alguém ou de alguma coisa. É quase tão certo quanto a certeza da vida e da morte, do início e do fim de todas as coisas. Eu, por exemplo, não me reconheço sem saudades. Sou saudosista por natureza, sou movida à lembranças e sinto uma falta constante de pessoas e coisas que já passaram por mim. Mas do que mais sinto saudades mesmo é do amor. Na verdade, sinto saudades de quando eu gostava de amar. Do início do amor, de quando a gente se percebe amando e inundada de todas aquelas sensações bobas e juvenis, mas, sobretudo, adoráveis, que acompanham este sentimento tão nobre. Sinto saudades do amor quando não era tão triste, quando não era tão solitário. Sinto falta de uma razão, de uma explicação convincente pra continuar amando. Quando lembro do amor na sua forma doce, afável, invencível, chego a sentir a saudade doer tal qual a minha gastrite. E vir lá do fundo do meu estômago um desejo explicito de chorar até diluir essa ausência toda por trás dessa saudade bonita de se ver, de se ler, de se ouvir. Saudade boa é quando sentem por nós. Ou quando podemos matá-la antes que ela nos faça morrer um pouquinho a cada dia. Talvez muito em breve eu nem reconheça esta declaração extremista de agora. Ou talvez a saudade grite ainda mais alto. Os anos hão de avolumar os vazios em cada instante, cada lugar, cada sensação que era nossa, ou quem dera eu esteja enganada. Mas é inegável que algumas saudades não se dissolvem jamais. Mesmo depois de tantas despedidas...


Lai Paiva 

14 de setembro de 2014

Uma Questão de Matemática

De tantas coisas que a gente vai ouvindo na trajetória que corresponde à vida, uma delas diz respeito à soma das partes que resultam num todo pelo qual a gente esperava ou que acaba nos surpreendendo. Tem relação também com ação e reação, com consequências. Até porque já virou clichê a afirmação de que toda ação gera uma reação, uma consequência. Isso é matemática. E a matemática não é de todo uma chatice tamanha. Ela nos propicia a soma e os resultados. E eu fui aprendendo mais sobre isso com o passar dos anos. Aprendi a somar as partes que eu precisava pra compor o todo desejado. Aprendi a somar, buscando chegar aos resultados que me felicitavam. Mas essas somas nem sempre foram satisfatórias. Também  fui avolumando frustrações por não ter as partes suficientes para chegar ao todo. As somas nem sempre foram exatas, então os resultados, também não o eram. E isso deixava lacunas, claro. Sem que eu pudesse sempre preenchê-las. Alguns vazios não se preenchem jamais. Por isso, exatamente, é que a soma das partes é o que mais importa para se chegar ao todo. A precisão para unir, relacionar e obter o resultado. E tantos são os resultados, e tantas vezes não foram os desejados. Mas aí a gente acata. Aceita. Poucas pessoas contestam a matemática, não é mesmo? Ou refazem os cálculos. Poucos ousam. E já dizia o Fernando Pessoa: "tudo  parece ousado para quem nada se atreve". Eu já me atrevi muitas vezes, mas chega um momento em que a gente se rende, se deixa vencer e aceita as somas e os resultados que os instantes e os outros nos ofertam. Eu ainda tenho muitas partes que gostaria de somar. Ainda não cheguei ao todo. Não sei se hei de chegar. Acho que estou mais inclinada a abrir mão da matemática. Não é tão bom assim ser parte de alguma coisa que não será somada... Uma operação incompleta não pode ser admitida de forma tão recorrente assim, seja na  matemática ou dentro de mim. Isso eu aprendi direitinho....

Lai Paiva


15 de agosto de 2014

Pressa de quê?


As pessoas vivem com pressa de alguma coisa. O tempo parece sempre escasso. A vida parece sempre veloz. Eu tenho pressa em ser amada. Pressa em ser cuidada e mimada como o amor propicia. Tenho urgência em nao me sentir tão sozinha às sextas à noite. Tenho um desejo desesperado em cozinhar pra alguém e encontrar este alguém ao meu lado quando acordar no meio da noite. Eu tenho muita, mas muita pressa mesmo, em viajar acompanhada, em dividir meus anseios, meus temores. Pressa em preparar duas xícaras de café, ao invés de apenas uma, nas manhãs de domingo. Tenho comigo um amor apressado. Uma vontade incontrolável  de amar quem queira e mereça meu amor.  Pressa em ter um par de olhos pra beijar e de pés para fazer massagens que abrandem o cansaço da rotina. Tenho pressa em ter alguém para ouvir e falar sobre o dia, pra me ajudar a escolher o filme do sábado à tarde e o próximo livro a ser lido. Tenho uma urgência poética por alguém que me inspire. Uma pressa gostosa em ser um casal. Eu tenho mesmo toda essa pressa. De parar de contar o tempo de estar só. De encontrar um amor que sirva pro meu amar.  E, assim, transformar minha pressa em outra. 


Lai Paiva

6 de julho de 2014

A Mentira tem sabor de avelã


Quando crianças, logo cedo, nos é ensinado a não mentir. A lição tem, além de toda aquela explicação sobre honestidade e caráter, o clichê "mentira tem perna curta". Isso por si já configura uma grande mentira. A mentira tem pernas e silhueta alongadas e passos calculados, num charmoso caminhar. Mas além disso, a mentira tem gosto de avelã. Isso mesmo! Aquele gosto suave e, ao mesmo tempo, marcante. É fácil saber onde há avelã. Uma textura convidativa e um cheiro discreto, porém completamente irresistível. Aí a gente cresce, aprende a não mentir, desviando das tentações de fazê-lo, nas diversas circunstâncias que o viver propicia, mas vem alguém e mente pra gente. Mente gostoso. Gostoso demais pra nos dar outra opção além de degustar. E são tão maravilhosas certas mentiras. Tão bonitas e prazerosas. Ah, se fossem verdades. Se as mentiras mais bonitas fossem de verdade, eu até conseguiria mentí-las também. E elas poderiam se propagar até que o mundo inteiro fosse uma enorme mentira. E ninguém chegaria ao fim de verdade, pois há mentira suficiente para o mundo nao acabar nunca mais, e até pra enjoar do gosto de avelã, que sempre me pareceu impossível de se enjoar. Quanto às pernas curtas, não se enganem. Chegam a medir no mínimo um metro cada uma delas. Dependem apenas de quem as contar e de como contarão. Ao pé do ouvido, olhos nos olhos, abraçados e de mãos dadas ficam ainda melhor de saborear, ou, por melhor dizer, ficam ainda mais difícil de duvidar. Aí é viver ou morrer por elas. Mas a escolha precisa ser verdadeira!


Lai Paiva

29 de junho de 2014

O amar Yago


O amor que o tenho
É o único a amar
Pelo qual estou aqui
Com o que viverei
E no que acredito
Outro amar, outro amor
Não me servem de nada
Não se fazem reais
Nem tampouco afáveis
Por você amarei
Pra você guardarei
O sentir mais intenso
Para toda batida
Do meu coração
Tão farto de amar
Te amarei, meu amor
E só você sentirá
Minha eternidade
Te beijando sempre
Que você precisar
De um amor de verdade

Lai Paiva

21 de abril de 2014

Beatriz





Um pequeno verso
Pra um poema inteiro
De uma vida nova
Cinco dias nossos
Com a beleza dela
Enfeitando as horas
Que passamos juntos
E a força nos punhos
Diz-nos pra que veio
Pra dar força aos nós
Que atam uns aos outros
E mostram todo instante
Nos olhinhos negros
Um céu estrelado
Pra viver em paz

Lai Paiva






26 de janeiro de 2014

Sobre tempestade e o estar só


Sempre que chove através da minha janela eu me pego observando a rua lá fora. Livre dos transeuntes, completamente úmida e assustadora. Há quem ache somente linda a tempestade. Com aquela infinidade de sons peculiares, cheiro de terra molhada e ausência de cores. Sim, há uma beleza que não passa despercebida, mas há certo tom de melancolia e medo. Os trovões e relâmpagos que não nos deixam mentir, nem adormecer tranqüilos. A tempestade me inquieta. E conseqüentemente me inspira também porque tudo o que me inquieta me inspira e me transforma um pouco em palavras. Mas, em contrapartida, me amedronta ao ponto de me congelar, de me encolher embaixo do cobertor. Não por medo de me molhar, mas por medo de ser atingida, ferida. A solidão é exatamente assim. Uma tempestade de ausências barulhentas e opacas que atingem a gente. E que nos dilui. O estar só me põe líquida. E temerosa. Mas, da mesma forma, me inquieta ao ponto de me inspirar e impulsionar a minha escrita mais visceral, intimista. Põe-me como uma rua em dia de tempestade. Vazia de transeuntes. Com os mesmos trovões e relâmpagos. Uma sonoridade que ninguém ouve. Raios que ninguém vê. É bem assim. O estar só é tão chuvoso. A tempestade é tão solitária. E nesse misto de melancolia, beleza e medo, através da minha janela ou dos meus olhares, o estar só vai chovendo dentro de mim, e vou então trovejando pra ver se me ouvem...


Lai Paiva




19 de janeiro de 2014

Sobre crepes e alguém para amar


Hoje eu amanheci saudosa. Não de alguém específico, como, geralmente, se é acometido de saudade, mas do último crepe que comi. Por fora ele era como a maioria. O que me fez escolhê-lo foi o recheio. Uma promessa implícita de uma delícia impagável. E eu acho que recheio é tudo. Prefiro muito mais o que vem por dentro. Não adianta vir com beleza exterior, que meu olhos e meu paladar estão alheios à isso. E o último crepe que comi era maravilhoso no que concerne ao recheio. Camarões, manjericão, tomate pelado e abacaxi. Uma combinação irretocável. Grande escolha a minha! Mas acho engraçado isso de escolher crepes. Fico imaginando(e imaginar coisas é algo que muito me apetece) aquele momento da escolha, e é quase pra mim como se estivesse a escolher alguém para amar. E eu também escolho as pessoas pelo recheio convidativo que elas têm. Um recheio diferente, com um toque especial de algo que me conquiste, uma combinação peculiar, que me pareça afável, saborosa à minha alma. Confesso que algumas vezes eu me engano e me frustro na escolha. Mas quem nunca escolheu um crepe com ingredientes divinos e quando o experimentou deu-se conta de que não era nada do que esperava? Já escolhi pessoas e amei algo nelas que, na verdade, não era nada do que eu havia me convencido de que era. Foi a tal da propaganda enganosa, como vemos também em alguns cardápios. Só que nesse caso não há devolução do valor ou substituição do prato. A gente paga com o amor que dedicamos. E, uma vez amado, não se tem o amor de volta. O prejuízo é maior. Bem maior e indigesto. Por isso, eu queria acertar mais nas minhas escolhas amorosas tanto quanto geralmente acerto nas escolhas dos crepes. E que de fato crepe de camarão, tomate seco e ricota seja sempre tão saboroso quanto deve ser, e as pessoas,  realmente amáveis pelo que trazem por dentro. Porque por fora todo crepe é praticamente igual. O que ultrapassa a massa base é o que me ganha. Eu quero mais é alguém que traga atrás da pele algo que mereça a minha escolha sem me frustrar, pra que possamos saborear o amor juntos, com ingredientes que se combinam entre si e dão deliciosos resultados.


Lai Paiva


11 de janeiro de 2014

Sobre Sapatos e Livros


Quase todas as pessoas têm desejos invencíveis por comprar determinadas coisas. É a tal da compulsão. Eu, feliz ou infelizmente, não passo alheia à este grupo. E, reconheço, sem querer ser extremista, mas sendo obrigada a sê-lo, que um grande percentual da população mundial está nesse exato momento comprando algo, e no momento seguinte também, e no outro, e no outro, e no outro. Porque estamos todos sempre buscando algum tipo de prazer e a compulsão oferece muito, muito, muito prazer. Embora, algumas vezes, seguido de algum sentimento de culpa. Eu, por exemplo, posso perfeitamente passar por qualquer vitrine sem ser tomada por um desejo insano de comprar, exceto se for de sapatos e de livros. É definitivamente impossível me abster de comprá-los. Livros e sapatos fazem meus olhos brilharem, minha respiração ofegar, meu coração disparar. Como paixão à primeira vista. E daí eu sempre acabo sucumbindo às compras. Tenho tantos livros quanto sapatos. Sapatos lindos. Livros maravilhosos. E percebo que há uma relação interessante entre eles. É como se os sapatos me propiciassem caminhos diferentes, me impulsionassem a seguir, a descobrir trajetórias. E enfeitassem os meus passos. Os livros, por sua vez, também põem caminhos diferentes à minha frente. E eu os escolho conforme a beleza transcrita, o encanto, o momento. Pra cada lugar que eu vou, um sapato diferente nos pés. E a escolha não é aleatória. É um pouco instintiva e intencional ao mesmo tempo. Mas a questão é que eles sempre me levarão à algum lugar. Descalça eu não vou à lugar algum. Eu não avanço. Com os meus livros a relação é a mesma. Eu os escolho ao folheá-los, pela impressão das orelhas, da capa, da contra capa, pela sensação que despertam em mim nesses instantes. Eles me conquistam pela oferta implícita de me fazer avançar por algum caminho do qual eu hei de regressar, certamente, escrevendo as minhas próprias palavras. Então é por isso que, vez ou outra, eu me pego reorganizando meus armários em busca de mais espaço para acomodar meus sapatos e livros. E a gente segue vivendo essa relação cúmplice uns com os outros. Eu, meus sapatos e meus livros. E, talvez, se os outros compulsivos pudessem enxergar a compulsão alheia, eles me dariam as mãos e me acompanhariam para mais uma compra. Dessas de empobrecer a conta bancária, mas de enriquecer os meus pensamentos frutíferos.


Lai Paiva


5 de janeiro de 2014

Quanto ao Tempo


Quanto tempo dura a paixão? Quanto tempo dura uma paixão? Uma fase da lua? Um poema? Uma xícara de café? Uma hora? Um encontro? Uma vida inteira? De quantas paixões somos feitos? Por quantas paixões somos desfeitos? Quando exatamente começa? No olhar, no beijo, ou no toque despretensioso? E o que leva a paixão a nos levar à um completo e maravilhoso estado de torpor? As substâncias que liberam no nosso organismo, ou o cheiro da outra pessoa? Adianta se esquivar da paixão? Há como tornar-se imune? Vive-se bem sem experimentar esta perigosa armadilha sentimental? Não seria mais seguro jamais apaixonar-se? Mas não seria o maior descontentamento jamais prová-la? Porque as pessoas não podem se apaixonar umas pelas outras no mesmo instante? Sem que haja solidão e saudade não correspondida. Porque a paixão não pode nos salvar ao invés de nos pôr em risco assim? Porque é tão quente e tão somente ela, a paixão, pode nos aquecer por dentro? Porque dói tanto apaixonar-se sozinha? O que leva alguém a fingir-se apaixonado para despertar a nossa paixão sem se preocupar com as lacunas que deixará? O que pensa a paixão pra chegar sem avisar e ficar pelo tempo que deseja, mesmo contra nossa vontade? Quem a paixão pensa que é? O que ela finge tão bem ser? Ah, mas que delícia vivê-la, mesmo que como um completo engano. Mesmo que seja um erro, ou a loucura mais insana. Eu não saberia viver sem apaixonar-me. A paixão não saberia ser se não fosse minha. Os desenganos fazem parte. Toda doçura em algum momento causa dissabor. Justamente com a paixão não poderia ser diferente. Não cabe à nós escolher o momento certo, a pessoa apropriada. Porque simplesmente não existem. O momento será aquele que não é aguardado. A pessoa será aquela que só existe na nossa cabeça. Nada é tão impróprio como apaixonar-se. Mas o que seria do deitar à noite pra dormir e passar os quinze minutos antes do sono chegar pensando naquela pessoa por quem se está apaixonada? Quer saber? Eu não estou mais apaixonada por ninguém, vale salientar, mas me senti impulsionada a escrever sobre esse sentimento avassalador, sob recordações da minha última paixão. Uma paixão que levou embora a vontade de continuar apaixonada, mas deixou a vontade de, algum dia, daqui a algum tempo, tornar a me apaixonar de novo. Nem que seja platonicamente, por uma questão de segurança. Quem sabe...


Lai Paiva

1 de janeiro de 2014

Sobre metas



Isso de traçar metas no primeiro dia de um novo ano ainda pode nos levar longe. Eu, por exemplo, sei bem aonde quero ir e onde quero chegar. Tenho planos. Diversos planos. Coisas simples e outras nem tanto. Este ano eu quero trabalhar muito. E vou! Quero aprender um pouco mais a cada dia. E ser desafiada sempre, porque eu gosto de vencer desafios. Eu me alimento deles. Quero ajudar pessoas. Ajudá-las a falar mais dos seus anseios, dos seus receios, do que trazem dentro de si. Quero fazer o bem. Doar coisas materiais, mas, acima de tudo, meus sentimentos mais nobres. Quero sentir mais precisamente que Deus sempre esteve aqui, bem ao meu lado. Quero acompanhar o meu filho mais de perto, impulsioná-lo a buscar o que há de melhor pra ele. Quero alcançar uma solitude que me conforte, dando lugar à solidão aflitiva de outrora. Quero me bastar. Quero aprender a dirigir, tirar a habilitação e comprar meu primeiro carro. Dirigir sem medo e sob as canções das quais mais gosto. Quero fazer um curso de fotografia e sair por aí perseguindo paisagens pra fotografar. Quero cuidar mais do meu corpo, com atividade física e me esquivando de estresses desnecessários. Quero me tornar menos ansiosa e mais esperançosa. Quero deixar pra trás um amor que não era pra seguir adiante, uns desejos que não deram certo, uns sorrisos roubados. Quero não perder o dom de preparar saladas maravilhosas, nem de escrever sobre o que sinto. Quero manter por perto aqueles que me fazem bem. Quero cantar sem que ninguém me ouça. E cuidar dos meus cactos, elogiando a graciosidade deles sem ser vista. Quero ouvir segredos e contar os meus. Quero ler todos os livros que comprei e ando comprando compulsivamente. Quero manter meus 60kg com saúde. Quero dormir noites inteiras sem acordar pra fazer xixi. E acordar maquiada pra ir trabalhar mais bonita. Quero mais pão de queijo e menos coca zero. Quero mais encontros com minhas melhores amigas. Em 2014 eu quero dois mil e quatorze novas oportunidades de acreditar mais em mim e nos outros. Pra que a vida seja mais leve e mais colorida. E quero ver a felicidade estampada nos lábios de todos. Então, que venha a realização de tudo isso. Temos 365 dias para tal!


Lai Paiva