24 de janeiro de 2013

As nossas horas



Nas horas vão-se os meus instantes
Ao lado do que é somente nosso
O tempo de se estender pra sempre
No sempre que eu tanto beijo agora
Por tantas horas ainda hei de ir
Pra dentro dos minutos dele
Nele bem querer medir
Aquilo que não tem tamanho
Isto que o sentir não conta...


Lai Paiva

19 de janeiro de 2013

Ao tempo, as minhas horas



Enquanto isso
A vida passa
E o instante 
Morre

Enquanto passo
Há quem fique
E o momento
Foge

Enquanto durmo
A hora encerra
E o que me resta
Anoitece

Enquanto penso
Nada se explica
E o que concebo
Ferve

Enquanto isso
A escrita me sorve
E o silêncio
Convence



Lai Paiva




17 de janeiro de 2013


Entre quatro paredes
Guardava o amor dela
Para amá-la em segredo
Entre quatro paredes
Pareciam reais
Quando ninguém os via
Entre quatro paredes
Eram cheiro e arrepio
E umas tantas palavras
Entre quatro paredes
Ela o tinha sem ter
Ele a ganhava tão fácil
Entre quatro paredes
Perfeito era o instante
Detido, o viver...

Lai Paiva

14 de janeiro de 2013

Tão



É tão mais que perfeito
O tão imperfeito amor
Tanto inquieta a palavra
E quão doloroso o amar
É tão volumoso o querer
Bem sem medida o beijar
Mais que tórrida a paixão
E tão sem sentido o deixar
Tanto desejo seus risos
Quantos olhares eu guardo
Pouco é tão tudo pra mim
Mais que morrer sem vivê-lo
Vivo insistindo em amar
E tão de amor morrerá
A ânsia de tê-lo pra mim...

Lai Paiva



11 de janeiro de 2013

Sentir sem razão


Na desordem dos meus sentidos
Não vejo mais razão pra sentir
Sentir nada do que fora vivido
Viver mais nada do que morreu
Que na morte de todas as coisas 
Há sempre mais um pouco a sentir
Pela vez derradeira que ainda vive
E que leva um pouco de tudo
De todos os sentires de outrora
Antes que a gente se acabe
Com tudo que já nem mais resiste...

Lai Paiva


5 de janeiro de 2013

De perguntas e respostas



O que seria de mim
Se não fossem as palavras?
O que seriam das palavras
Se não fossem minhas?
Para onde eu iria
Se não fosse a música?
Para que há a música
Se não for me levar?
Como sentir que eu existo
Se não existisse a poesia?
Como não conceber a poesia
Se ela existe junto comigo?
Quem seria eu mesma
Se não fosse o que eu sinto?
O que eu diria de mim
Se não fosse o meu silêncio?


Lai Paiva

1 de janeiro de 2013


Se você quiser me perder
Me perca bem devagar
Não tenha pressa em ir
Deixe o seu beijo em mim
Em cada espaço que é seu
Inspire mais versos de amor
E deixe que eu os diga ao ouvido
Olhe pra mim sem tristeza
Beije-me com esses seus olhos lindos
Que você já é toda a saudade 
Pra você vou guardar meus abraços
Se acaso reencontrar os seus braços
Vá bem devagarinho, meu bem
Não sei ficar aqui sem você
Nem vou acostumar de repente
Pois sou tão só nossa ainda
E só pensei em te amar para sempre
Não em viver sem nós dois como agora...

Lai Paiva