14 de setembro de 2014

Uma Questão de Matemática

De tantas coisas que a gente vai ouvindo na trajetória que corresponde à vida, uma delas diz respeito à soma das partes que resultam num todo pelo qual a gente esperava ou que acaba nos surpreendendo. Tem relação também com ação e reação, com consequências. Até porque já virou clichê a afirmação de que toda ação gera uma reação, uma consequência. Isso é matemática. E a matemática não é de todo uma chatice tamanha. Ela nos propicia a soma e os resultados. E eu fui aprendendo mais sobre isso com o passar dos anos. Aprendi a somar as partes que eu precisava pra compor o todo desejado. Aprendi a somar, buscando chegar aos resultados que me felicitavam. Mas essas somas nem sempre foram satisfatórias. Também  fui avolumando frustrações por não ter as partes suficientes para chegar ao todo. As somas nem sempre foram exatas, então os resultados, também não o eram. E isso deixava lacunas, claro. Sem que eu pudesse sempre preenchê-las. Alguns vazios não se preenchem jamais. Por isso, exatamente, é que a soma das partes é o que mais importa para se chegar ao todo. A precisão para unir, relacionar e obter o resultado. E tantos são os resultados, e tantas vezes não foram os desejados. Mas aí a gente acata. Aceita. Poucas pessoas contestam a matemática, não é mesmo? Ou refazem os cálculos. Poucos ousam. E já dizia o Fernando Pessoa: "tudo  parece ousado para quem nada se atreve". Eu já me atrevi muitas vezes, mas chega um momento em que a gente se rende, se deixa vencer e aceita as somas e os resultados que os instantes e os outros nos ofertam. Eu ainda tenho muitas partes que gostaria de somar. Ainda não cheguei ao todo. Não sei se hei de chegar. Acho que estou mais inclinada a abrir mão da matemática. Não é tão bom assim ser parte de alguma coisa que não será somada... Uma operação incompleta não pode ser admitida de forma tão recorrente assim, seja na  matemática ou dentro de mim. Isso eu aprendi direitinho....

Lai Paiva