31 de agosto de 2009

Ando sentindo falta
Do cheiro do meu corpo
Quando tua
Falta do suor perfumado
Pelo cheiro do teu
Ando saudosa
Dos sussurros maliciosos
Que penetram
Os meus ouvidos sedentos
Saudosa dos movimentos ousados
Do deslizar das peles misturadas
Um ou dois dias, tão pouco
Mas me parecem tantos
Assim sem o teu encaixe
Que me move e me leva
Onde quero...
.
Lai Paiva

30 de agosto de 2009

Sutilmente

(Klimt)

"E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti"
.
Samuel Rosa e Nando Reis
.
Ah o amor, essa coisa abstrata, quente,
Delirante, urgente, que cantam, escrevem,
Declaram, sentem, exalam
Quão bom vivê-lo, inspirá-lo
Sem medida, sem disfarce
Não nos cabe escolhas, dosagens
Só nos resta sentir
Declarar, doar
Porque o amor,
Esse amor que lhes falo
Esse amor que é tudo
E nada mais é maior
Esse amor,
É que põe vida
No que julgamos ausente...
.
Lai Paiva

27 de agosto de 2009

O melhor da vida
É tão somente viver
Celebrar cada instante
Festejar os momentos
Desejá-los um a um
Pois é isso que somos
Aquilo que vivemos
Vivências boas e ruins
Que um dia se vão
Para sempre...
.
Lai Paiva
Saudade tão sem tamanho
E de infinita doçura
Que acarinha e inspira
Ah, quanta saudade do outro
Do sabor da presença
Do que sou quando o tenho
Saudade que não se finda
Que se renova à distância
E que me põe em urgência
De tê-lo e de dar-me...
.
Lai Paiva

24 de agosto de 2009

(René Magritte)

Quando só se restar um instante
Que se julgue sem mera importância
E as cores perderem-se entre os tons
As luzes, em meio ao caos do pensar
Há de se haver um começo
Onde se recomece outro instante
Que a dor amenize num afago
Pois ainda que tudo se acabe
O fim deve ser um começo
Um instante de nada pra nós
Algo que nos resta pra sempre...

Lai Paiva

23 de agosto de 2009

Delícia é beber o dia como uma taça de vinho tinto
Comer o dia como uma torta de limão
Instante a instante devorados com querer
Reconquistar as perdas diárias
Enxergar as possibilidades implícitas
Recompor os detalhes perdidos
Os mínimos detalhes deixados de lado
Renascer e brilhar como o sol
Florescer para si e pros outros
Se enxergar como ao novo
Dia após dia, esse e todos...
.
Lai Paiva

22 de agosto de 2009

Olha que arte encantadora...

(Foto Claudia Rogge)

(Foto Claudia Rogge)


(Foto Kim Joon)

( Foto Kim Joon)

21 de agosto de 2009

Pra alguém, mas porque não pra outras pessoas também?

Certas coisas ditas e ouvidas
Ou simplesmente destinadas num gesto
Ou na ausência deste
Carregam consigo o pesar
Que rompe um pouco de nós, no íntimo
E roubam um certo brilho da ternura de sempre
Chegam a nós de maneira cortante
Ferindo, ainda que não se intencione
Talvez nada há que se possa reverter
Fielmente, na íntegra
Sem deixar mágoas passadas
E o tudo que sempre houve
Quem sabe não será como antes...
.
Lai Paiva

19 de agosto de 2009

(Salvador Dalí)

Todos os meus instantes são tão pouco
Pro tanto que quero viver
O dia me parece, às vezes, meia hora
Me falta tempo pra vida que quero
Pro tempo que quero da vida
Tudo é tão passageiro
Pra quem fica
Quando o tempo passa...
.
Lai Paiva

17 de agosto de 2009

Existem pessoas de verdade
E outras que se julgam pessoas
Me deixo conquistar pelas de verdade,
E às vezes me enganar pelas outras
As de verdade povoam os meus espaços
As outras me deixam vazia, quando as permito
Pessoas de verdade me enamoram,
Me presenteiam de instantes
As que se julgam, me consomem a leveza, a beleza
Sugam-nas como vampiras sedentas
Ambas me inspiram
As de verdade, a ser a melhor que há em mim
Excedida em ternura, verdade, lealdade
As outras, a não ser nada
Mas inspiram, de fato
As pessoas de verdade eu beijo em silêncio
Mesmo em distância
Os meus beijos mais doces
As que se julgam pessoas
Nem as deixo me olhar
E lhes lanço ao vento
Pra longe de mim
E das verdadeiras
Longe desse nosso encanto...
.
Lai Paiva

16 de agosto de 2009

(Salvador Dalí)


Me reinvento,
No silêncio de antes
Te falo de nós
Nos braços vazios
Acolho tua presença
Nos lábios pausados
Eu pouso meu beijo
Dos olhares te faço
Declarações amorosas
Na pele te ponho
Meu cheiro de rosas
Dos dias de outrora
Todos os dias pra ti
Me reinvento e renovo
Esse meu sentir
Que há muito é só teu...

Lai Paiva



15 de agosto de 2009

Queira bem como quero
Muito e tanto quanto inspiro
Ouse ter meu querer para si
Queira do muito que quero
O quanto é possível
E não há limite
Que o querer não ultrapasse!

Lai Paiva

14 de agosto de 2009

(Salvador Dalí)

Ah o desejo, quão bom sentí-lo assim forte, intenso, vivo, pulsando dentro de mim. Alimenta minhas ideias, minhas fantasias, meus anseios. Conduz minhas ações, meus modos, minha conduta. Eu ando desejando tanto... Na verdade, eu não me vejo sem desejar assim, tanto e amiúde!!! E recomendo, porque o desejo, ao meu ver, esse desejo do qual falo, repagina os dias, a vida, até. Me repagina inteira!

13 de agosto de 2009

Despertei na manhã de hoje pensando nisso: ainda que as coisas sejam inatingíveis, as pessoas sejam intransponíveis, ainda assim há de se querê-las, de se buscá-las. Que desmotivante se não houvesse a conquista. Se simplesmente acessássemo-las. Eu não me contento com pouco. Não me contento com nada nem ninguém aquém do meu desejo!
.
Lai Paiva

10 de agosto de 2009

Quero
Tuas palavras no meu papel

Teus sussurros no meu sonhar

Tuas mãos nos meus cabelos

Teus beijos atrás dos joelhos

Teus braços me aprisionando

Teu cheiro me consumindo

Teu corpo me alimentando

Tua alma me penetrando...

Lai Paiva

9 de agosto de 2009

Pai...


Estava ouvindo hoje pela manhã um discurso tão bem elaborado e expressivo do pastor Ney Ladeia, acerca dos pais, que têm seu dia comemorado hoje, que me pus ansiosa para vim comentar sobre. Ele falava de valores, existentes e ausentes, falava das referências, da preseça e da omissão. Falava para tantas pessoas, muitos pais, algumas mães e seus filhos, sobre o presente que são os filhos, que lhes foi dado para que se cuide, se ame, se inspire, se influencie, de alguma forma e da melhor forma possível, porque as influências são absorvidas de uma forma ou de outra, dos pais ou de outrem e copiadas. Que seja de nós, pais e mães, então. Porque os filhos são o reflexo fiel do que veem no pai, especialmente, pela forte imagem que representa no lar, na família. Daí a responsabilidade em assumir tal presente para si. É preciso, pois, como disse, pensar e repensar suas ações, suas condutas, sua ética, sua maneira de amar e expressar esse amor. É preciso não afogar-se em angústia ou ansiedade por não disponibilizar de mais tempo para os filhos, mas sim fazer do pouco tempo o mais nobre possível, o mais afável possível, porque o tempo que se vai não volta para repormos os beijos que não foram dados, os abraços que não foram trocados, as palavras que não foram ditas, as brincadeiras que não foram vivenciadas. É preciso mais que amar, educar, instruir, ajudar a compôr a índole dos filhos, o caráter. Não omitir respostas, não proibir sem justificar, não presentear para suprir ausência, não acarinhar quando se deve repreender. É preciso dizer o que é certo e errado e o porque o são. É preciso falar dos sentimentos de forma mais transparente. Mostrar aos filhos o porque de cada sentir. É preciso dizer não sem sentir culpa pelo choro ou cara feia dos filhos. É preciso fazer-se respeitar sem ser hostil ou autoritário. Falar sem gritar e fazer-se ouvir ainda assim. Não se pode ser perfeito, mas é necessário lembrar sempre de que seremos copiados pelos nossos filhos, inevitavelmente. Ser pai não é meramente pagar as contas, prover o sustento da casa, tampouco ter contribuído para gerar o filho. Ser pai vai mais além. Envolve tanto mais que supomos. Não há regra geral, é preciso ter tato. E cada um deve buscar o seu, fazer o seu. Eu desejo hoje e sempre que o meu pai, o do meu filho, os tantos outros, busquem seu êxito como tais, busquem sabiamente, olhem pra si e sintam orgulho. Que estejam presentes. Que participem mais. Que compartilhem momentos, que compartilhem as descobertas, os ganhos, as perdas, Que os filhos lhe sejam o retorno de cada pai. Bem como o orgulho. A plenitude. E de outros que os vejam.
Um feliz dia dos pais a todos!
.
Lai Paiva

8 de agosto de 2009



Amar um amor assim, inteiro, intenso, imune a tudo, ao tempo
Um amor que é só dele, que nasce e renasce todos os dias pra ele
Um amor puro, de força imensurável, que me transforma em colo, ninho, porto
Esse amor é resultante de todos os melhores sentimentos
É o meu coração batendo cautelosamente inebriado
A vida que respiro a cada segundo
Sem medidas, sem palavras, sem declarações suficientes
E cada vez que penso que esse amor chegou ao seu ápice
Eu me sinto amando ainda mais
Meu presente, meu tesouro, meu jardim
A borboleta no meu estômago
A plenitude dos meus sorrisos
Minha felicidade inteira
Meu docinho...
.
Lai Paiva

7 de agosto de 2009

Dispa-me

( Fotos de Kim Joon)

Dispa-me, pois, que meus arrepios te querem falar
Do prazer singular ao trocarmos os fluídos
Do calor temperado pelos nossos odores
Me cobre de querer, me entorpece de desejo
Dispa-me com uma certa urgência
Que meus sussurros têm pressa de ti
E a minha presença te quer elevar
Ouse ser tudo quanto és
Que serei o que queres e sou
Ausente de pudores
Dispa-me mesmo que eu não queira
Sem ternura ou sentimentos
Seja veloz
Porque ainda que não queira
Eu hei de querer, acredite!
.
Lai Paiva

5 de agosto de 2009

Querer

Queira o tempo
Ser mais que instantes
Ser todo pra mim
Eterno, suave, afável
Dias e noites sem fim
Convidando a querer
Mais e bem mais
Querer-te só meu
Sem que nada afora
Te desprenda daqui
Desse tempo que dito
Livres, mas nossos
Pra sempre o querer
Medido, moldado
A fazer-nos fieis
À felicidade que ouço.
.
Lai Paiva

É primavera em mim
De lírios, tulipas, jasmins
Florecem os girassóis
Fincados por sob a pele
Um cheiro insinuante
Me cobre até a alma
Minhas pétalas são um convite
Pro outro me vim colher
Deixando-me só as raízes
Pra outras tais primaveras...
.
Lai Paiva

3 de agosto de 2009

Instabilidade...

Sabe quando os momentos se despem de cores e parecem querer iludir através dos detalhes perdidos no correr das horas? E sabe quando os sorrisos perdem seu conteúdo sem que se possa exatamente traduzir essa melancolia que ganha todos os espaços? O choro vence a força em contê-lo. O silêncio beija os lábios e o único desejo é não desejar mais nada, ficar ausente de sentimentos, livre das sensações, coberta de nada. Sabe o que é isso?
.
Mas aí... O outro vem me acarinhar as veias, me beijar os poros, me comer os sentidos. Aí me desfaço de mim e me torno dele. E um calor me preenche os vazios. Um arrepio se encaixa em mim. E eu me apaixono de novo. E devolvo a tristeza pra fora. E ponho o outro pra dentro!!
.
Ah, essa deliciosa instabilidade do sentir...
Sou eu assim sem e com o outro.
.
Lai Paiva