31 de outubro de 2015

Sobre pessoas e pessoas


Alguns têm medo da solidão
Outros, de nem tê-la ao lado
Alguns sentem tudo em demasia
Outros, pouco tem o que sentir
Alguns dão muito de si
Outros nada querem receber
Alguns fazem morada dentro da gente
Outros estão sempre de portas fechadas
Alguns estão prontos pro outro
Outros, não serão nunca pra gente
Alguns são o que julgamos ser o amor
Outros, jamais o seriam pra nós
Alguns nasceram pra gente viver
Outros, pouco sabem da nossa existência
Alguns são fragmentos da gente
Outros se negam a sê-lo
Alguns são para amar
Outros, para esquecer...



Lai Paiva

27 de outubro de 2015



Das vezes de se gostar
As vezes de ser em vão 
Nas vezes de se querer
As vezes de estar sozinha
Por vezes e tantas vezes
As vezes não são pra todos
De vez em quando eu sei
Que vez alguma é dada
Se a vez não há de ser essa...


Lai Pai 

26 de outubro de 2015



Que a gente queira
Não um amor sossegado
Mas a bagunça amorosa ideal
Que a gente busque
Não o par perfeito
Mas alguém que nos faça “nós”
Que a gente encontre
Não a certeza do “pra sempre”
Mas a paixão na indecisão do outro
Que a gente viva
Não o encontro marcado
Mas uma eternidade inesperada
Que a gente ame
Não o amor dos poetas
Mas a loucura de gostar um do outro

Lai Paiva


23 de outubro de 2015

Mais que...



Mais que o amar falta o amor. Alguém que demore no outro. Abraços infindáveis. Beijos inconfundíveis. Falta uma alma olhar para a outra e reconhecer-se. Falta coragem pra ganhar um ao outro. Falta uma intimidade mais cúmplice. Mais que a nudez de um, diluída na nudez do outro. Falta a vontade de um morar na vontade do outro. Ternamente e no tempo de cada um. Falta tempo pra perder junto. E uma eternidade para plantar. Faltam olhares poéticos. E verdade nas curvas dos sorrisos. Falta o cheiro de um repousando no abraço do outro. Falta carinho no canto da boca. E a certeza do gosto de cada um. Falta mais toque, menos solidão. Faltam menos borboletas no estômago, mais estrelas no coração. Mais que o amar falta o amor sair do papel e ganhar nome próprio. Basta  que esqueçam os lábios entreabertos...



Lai Paiva