25 de março de 2011

A solidão daquela moça...



Sabia ser dois, parceira, metade de um. Não sabia não sê-lo. Ser só mal cabia no seu ser. Faltava-lhe a continuação do seu meio sorriso. O ponto final das suas frases. O apreço pelas vinte quatro horas dos dias. Horas que ela só sabia agora contar, sem vivê-las. Sentia-se um pedaço de algo que era inteiro. Partiu-se. Quebrou-se. Não se sabe ao certo. Sabida é a solidão. Pulsando bem ali no peito dela. E ela, ah, ela não saía mais de dentro de si. Porque não havia mãos para dar-lhe as mãos pro seu caminhar. E o caminho parecia tão árduo...

Lai Paiva

2 comentários:

  1. Solidão à dois
    num ímpar de dois
    até nas estradas
    nas partidas dobradas
    passo a passo
    laço a laço.

    Meu beijo,Lai.

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  2. Sam querida, obrigada pela contribuição e presença por aqui.

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