27 de março de 2011

Aquela moça enganada...




















(Salvador Dali)




Aquela moça amava demais. Ela não sabia amar de menos. Não havia medida pro seu sentir. Pro seu querer. Queria em demasia. Queria ser bem quista igualmente. Quis aquele moço como quem quer cada dia de seus dias de vida. Fez dele seu presente, seu futuro. Pra ele sorriu os melhores sorrisos. Em seu ouvido disse os mais sinceros e doces "eu te amo". Em seus lábios pousou seus mais ternos beijos. Beijos de paixão e amor. Beijos de "sim, eu quero você pra sempre". Mal sabia que seria tão doído o ato de amá-lo assim. Pois que era um engano o seu amor. Pois que eram falsas as suas verdades. Pois que ele se fizera sua mais triste experiência com o amor, a pior, a mais desiludida. Deixou-se enganar, aquela moça. Deixou-se convencer porque queria tanto que fossem verdades as mentiras que falava. Falava mentiras como quem dá presentes. E ela as recebia como quem recebe verdades. Acabou. A moça não mais vai deixar-se enganar por aqueles mesmos enganos. Foi um tempo perdido o tempo que o amou. Lhe foi leal e recebeu em troca traição. Lhe foi afável e recebeu em troca o maior mal que já lhe fizeram. Ela não quer mais saber daquele moço, se está mal ou bem, por onde anda. Ela só quer agora que ele ande bem longe dela...

Lai Paiva

2 comentários:

  1. O mal é um bem mau interpretado.

    Que bonita história, querida.
    meu beijo.

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  2. Sam, obrigada, obrigada, obrigada por sempre andar por aqui!

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