2 de junho de 2011

Moça na janela...







(Salvador Dali)







Havia uma moça naquela janela. Uma moça com nome de flôr. Tulipa, era a sua graça. Curtos eram seus cabelos à mostra. Rosadas eram as maçãs de seu rosto. Escuros e cintilantes eram seus olhos. Esperançosa era a sua presença alí. Na intenção de que seus olhares encontrassem outros, aqueles que tanto ansiava encontrar. Aqueles olhares que sabia serem os mais belos. Os olhares que a levariam pra si. Sim, ela se deixaria levar. Seu cheiro sutil e adocicado, ao vento. Os beijos que seus lábios guardavam. Os abraços que embalavam seu corpo franzino, de curvas singelas e de desejos secretos. Ela pousava seus instantes naquela janela. Naquela espera, sem sequer acreditar que chegaria ao fim. Pois bem sabia, o fim havia de ser momentâneo. Tulipa sabia que tornaria a esperar. Pois que de espera fazia-se flôr, plantada naquela janela, à espera de ser colhida e guardada...




Lai Paiva

4 comentários:

  1. Lindo................. AMEI!!!! Beijocas Tatuzinha Milinha

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  2. lindo mesmo... a prova de que "amor é difícil de achar porque é ele que nos encontra".

    fernand's



    bjsmeus, poetisa! =)

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  3. Vai soar como se eu tivesse extrapolado seu texto, mas ele me fez pensar em como a vida é cíclica. A sua descrição é rica e fugaz, como se ela estivesse lá esperando, e mesmo que alguém chegasse para tirá-la de lá, um dia ela fosse voltar a esperar. Como você disse, "o fim havia de ser momentâneo". Tudo é.

    Lindo texto!
    Abraços!

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  4. Milinha, Fê e Caio, obrigada pelas visitas tão especiais. Muito bom tê-los por aqui. Beijos meus!!!

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