13 de outubro de 2011

Por Quanto Viverem as Rosas (Repostando)


Baseado em fatos reais. Dedicado á minha amiga querida Mila Porto.




Uma ou outra traduzia a paixão. A paixão que sentiam por eles. Não a paixão passageira ou sensata, pois que por si elas eram a ausência daquilo que traduzia a razão no modo de sentir. Sentiam como quem sente pela primeira ou última vez. Com a urgência do sentir sem sentido. Aquele sentir que rouba pra si o que há de mais forte e exato. E com voz própria. Um sentir exacerbado.
Olívia não sabia ser senão seu querer explícito e tantas vezes infundado e vão. Sentia demais e mais que pudesse dosar. Perdia-se de si de tanto querer. Sentimentalista como poucas. Insana como tantas que sentem demais.
Clara trazia consigo tantos sentimentos, os mais diversos, os mais gritantes, mal sabia senti-los. Às vezes, tinha a nítida sensação de que era feita apenas de devaneios. Sensível como só são as pessoas que sentem demais aquilo que se apodera de si.
Certo era que o certo não sabia ser para elas o que o incerto punha dentro de cada uma. Nos olhos, no caminhar, no discurso, no silêncio.
Amigas, de uma amizade recente, mas de afinidade extensa. Mulheres dessas poucas que não competem entre si. Dessas em que uma começa quando termina a outra. Dessas que cada uma traz em si a beleza e a grandeza de ser e compartilhar o que tem na outra, o que falta, o que sobra.
E aprendem juntas a ser o que querem.
Olívia e Clara compartilhavam seus amores e desamores em tantas mesas de bar quanto foram as histórias que traziam consigo. Bebiam suas dores, seus anseios, seus desejos realizados, suas frustrações, suas paixões correspondidas, suas desilusões mal vividas. E embebedavam-se.
Muitos goles de incertezas diluídas. Muitos brindes de alegrias momentâneas. Risos leves, alcoolizados. Segredos que só uma à outra diziam.
Muitos foram os nomes ditos, sentidos, tantos Marcelos, Chicos, Luizes, Danis, Marcos, Mateus. Muitas foram as declarações que seriam deles, mas alguns deles nem estavam ali. Alguns mal sabiam que eram tão bem quistos. Talvez elas devessem dizê-lo, talvez não. Na dúvida, preferiam compartilhar entre si.
Ouviam canções como quem se encontra em cada uma delas. Algumas a faziam chorar, outras, dançar. Riam de si mesmas, de suas aventuras juvenis em plena maturidade. Cantavam as canções em alto e bom tom, como se quisessem declarar suas paixões aos seus. Mesmo sabendo que não a ouviriam ou que talvez fosse mesmo melhor que não ouvissem.
Muitas paixões as inebriavam tanto quanto o álcool que ingeriam juntas...
Como não viver aquilo que se queria tanto viver? Perguntavam-se sempre... E elas tinham pressa. Seus momentos eram tão ansiosos. E elas se encontravam melhor nos braços de seus sujeitos apaixonados. Sim, sentiam-se como rosas, belas, cheirosas, fincadas nos abraços que queriam seus, nos lábios deles...
E assim queriam estar por quanto fosse possível...

Lai Paiva



7 comentários:

  1. Amigaaaaa!!!!! Clara amuuuuu!!!! Hehehehe!!! Lindo, lindo, lindoooooo!!! Amo tu meu tatu!! Beijocas Milinha.

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  2. ótimo, ótimo texto! Me lembrou bastante eu e minha amiga Ana, companheira de tudo. Amei, mesmo!

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  3. Cumplicidade é bênção!

    Lindo texto, lindo!

    =*

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  4. Minhas rosas permanecem intactas, florindo meus dias e noites, adormecem serenas minhas luas cheias.

    Beijo na alma, querida :)

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  5. Empatia...
    É disso que sinto tanta falta.

    Lai, quero te convidar a conhecer meu cantinho de crônicas quando puder:
    http://tudoeassunto-cronicas.blogspot.com/

    Beijos e grata pelo carinho
    Rossana

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