23 de dezembro de 2015


Sobre o amor... Eu amei. E estava errada sobre isso. O amor não é lindo como escrevem. É um pequeno suicídio diário a partir do momento exato em que se ramifica dentro da gente. O amor traz nomes próprios que nunca mais se apagarão das nossas memórias. E farão um eterno barulho ensurdecedor aos nossos ouvidos enamorados. O amor bagunça tudo dentro da gente. Tira cada coisa do seu lugar. E a gente desaprende a reorganizar todos os outros sentimentos. A paz se esvai. E a gente experimenta um torpor inenarrável. É o mal mais gostoso de viver. A dor mais bonita de sentir. A poesia ao avesso. Não se vive de amor, se adoece por amar. E não há cura. Porque o amor é a maior força que há dentro de nós, lutando contra nós mesmos. Mas a gente não escolhe amar. O amor nos alcança quando menos o buscamos. A gente vai sempre encontrá-lo no improvável. E vivê-lo sem pretensão. Vai ser assim pela eternidade de cada um de nós. Porque o amor não termina quando a gente acaba... Nem pra mim e nem pra ninguém...


Lai Paiva